A evolução dos preços dos painéis solares. Como eles mudaram nos últimos anos?
A evolução dos preços dos painéis solares tem sido impressionante nas últimas décadas. A NASA tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento de painéis solares, pois quando a organização percebeu que precisava usar energia fotovoltaica em vez de combustível fóssil para suas expedições espaciais, conseguiu melhorar a eficiência e o custo de fabricação de painéis solares, passando de um padrão de 4% a 15%. Na década de 1970, o custo dos painéis solares era de US$ 100 por watt, inacessível para a maioria dos usos, exceto governamental e espacial. Esta crise provocada pela instabilidade nos países do Médio Oriente fez com que os países reconsiderassem o investimento noutras energias. O custo da energia solar começou a diminuir graças aos avanços tecnológicos e a produção de painéis solares começou a expandir-se, passando de 100€ por watt para 40€. Embora o preço ainda fosse relativamente alto, já era utilizado em algumas instalações.
Atualmente, o preço caiu para 2€ – 1,5€ por watt, com um custo de produção de 1€ por watt. De 2010 a 2015, todas as fábricas de painéis na Europa e nos Estados Unidos desapareceram, pois não conseguiam competir em preço com os painéis asiáticos. Tendo que importar painéis solares de países asiáticos, o preço do transporte marítimo é muito elevado. A isto devemos acrescentar o monopólio que foi criado em apenas 2 companhias marítimas que representam mais de 95% da navegação comercial.
A história da evolução dos preços dos painéis solares desde a sua invenção em 1839 tem sido muito lenta e cara desde a sua invenção em 1839. Foi só na Guerra Fria que a NASA, devido à necessidade de ter uma fonte de energia no espaço, fez um grande investimento de desenvolvimento em energia solar com uma grande redução de custos e um grande aumento na eficiência das células solares. A partir da década de 1970, com a crise dos combustíveis, aos poucos o desempenho dos painéis solares foi melhorado ainda mais pelas empresas privadas. Hoje, graças ao trabalho anterior da NASA e ao trabalho atual de muitas indústrias em todo o mundo, criando economias de escala, os painéis solares atingiram um preço de fabrico inferior a um euro por watt. Um preço escandaloso comparado com décadas atrás, quando o preço do combustível era muito mais barato e mais rentável do que não instalar painéis solares.
A criação do conceito fotovoltaico
O conceito de conversão de luz em eletricidade, ou energia fotovoltaica, foi descoberto em 1839, o físico francês Edmund Becquerel descobriu que certos materiais produziam pequenas quantidades de corrente elétrica quando expostos à luz. Este fenómeno, conhecido como efeito fotovoltaico, foi a base para a moderna tecnologia de células solares que temos hoje.
No entanto, demorou muitos anos até que a primeira célula solar prática fosse criada em 1954 por cientistas dos Laboratórios Bell. Daryl Chapin, Calvin Fuller e Gerald Pearson desenvolveram uma célula solar de silício capaz de converter luz solar suficiente diretamente em eletricidade para uso prático. Essa célula tinha eficiência de até 6%, o que era um avanço significativo na época. No entanto, estes eram protótipos caros que ainda não tinham um mercado comercial rentável e competitivo com outras fontes de energia. Não devemos esquecer que durante as décadas de 50 e 60 o preço dos combustíveis fósseis era muito barato e não havia qualquer tipo de concorrência solar.
Fatores-chave na evolução dos preços dos painéis solares
A grande aposta da NASA no desenvolvimento de painéis solares nas décadas de 50 e 60
A NASA tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento e melhoria da tecnologia de painéis solares, especialmente através do seu uso e da necessidade de sistemas de energia confiáveis e eficientes para missões espaciais.
Para as missões espaciais, a NASA não podia utilizar combustíveis fósseis devido ao seu peso e grande quantidade, o que determinava que tivessem que gerar a sua própria energia através do efeito fotovoltaico no espaço graças à ação do sol. Além disso, no espaço, como não existe atmosfera terrestre, o seu funcionamento seria melhor do que na Terra.
Porém, nessa altura, o rendimento máximo alcançado num painel solar tinha sido de apenas 6%, insuficiente para manter os equipamentos eletrónicos a funcionar no espaço.
Foi então que a NASA lançou um grande e caro programa para desenvolver esta nova tecnologia como nunca antes, melhorando a eficiência e o custo de fabricação de painéis solares. Passando de um padrão de 4% para 15%.
A primeira nave espacial a usar energia solar foi a Vanguard 1, lançada em 1958. Desde então, as células solares tornaram-se uma fonte padrão de energia para naves espaciais e satélites da NASA.
As condições extremas do espaço impulsionaram a necessidade de painéis solares com maior eficiência e resistência. Ao longo das décadas, a NASA investiu em pesquisa e desenvolvimento para melhorar a eficiência, durabilidade e capacidade dos painéis solares de suportar as duras condições do espaço. Isto levou a avanços significativos na tecnologia de painéis solares, incluindo células solares de alta eficiência e designs de painéis mais leves e confiáveis.
Portanto, embora a NASA não seja a única entidade responsável pelo desenvolvimento e melhoria da tecnologia de painéis solares, tem desempenhado um papel importante na sua evolução e adoção. Desde os seus grandes investimentos de desenvolvimento neste campo tiveram efeitos de longo alcance, beneficiando não só a exploração espacial, mas também a adoção da atual energia solar na Terra. Os avanços na eficiência e na redução de custos ajudaram a tornar a energia solar uma opção cada vez mais viável para a geração de eletricidade. Um desenvolvimento inicial, muito caro e pouco rentável para uso na Terra, mas que foi essencial para o espaço e para a atual situação vantajosa da energia solar em todo o mundo.
As duas grandes crises do petróleo nas décadas de 70 e 80
Na década de 1970, o custo dos painéis solares era de cerca de US$ 100 por watt, tornando-os praticamente inacessíveis para a maioria das aplicações fora do governo e do uso espacial.
No entanto, essa década foi um período de inflação elevada causada por dois grandes embargos petrolíferos por parte de países produtores de petróleo no Médio Oriente. O que causou uma estagnação da economia global e mostrou o problema de haver uma grande dependência de uma principal fonte de energia, que estava ligada a países com governos instáveis que poderiam afetar a economia mundial. Foi então que muitos laboratórios independentes, com a ajuda dos seus respetivos países, também começaram a trabalhar na melhoria da energia solar fotovoltaica.
O aperfeiçoamento da tecnologia solar na década de 90
Durante a década de 1990, o custo da energia solar começou a diminuir de forma muito mais progressiva graças aos resultados obtidos por laboratórios de todo o mundo durante a última década. Os preços tornaram-se mais baratos à medida que a tecnologia foi sendo aperfeiçoada e a produção de painéis solares se expandiu, passando de 100 euros por watt para 40 euros. E embora o preço ainda fosse relativamente alto, já era utilizado em algumas instalações.
A explosão dos preços da energia solar no século XX
Em 2000, o custo de fabrico de painéis solares diminuiu para cerca de 10 euros por watt, tornando-os mais acessíveis aos consumidores. Seu uso era baixo, mas já era muito utilizado em residências ou locais onde as linhas da companhia elétrica não chegavam. Sendo o principal impulsionador da energia solar, as instalações solares isoladas com baterias onde era armazenada a energia gerada nos painéis solares. Durante esta década, marcas pioneiras em energia solar como Xantrex, Victron, Lorentz ou Pevafersa foram criadas como principais referências em Espanha.
Na década de 2010, um número significativo de empresas que vendem e instalam painéis solares começaram a se estabelecer. Ser competitivo e já ter um mercado importante. Nessa época, as fábricas de painéis mais importantes estavam nos Estados Unidos e na Europa.
Nesta década, o custo médio por watt já tinha caído bastante e rondava os 2,50€ por watt.
Preços da energia solar em 2023
Atualmente, o preço caiu para 2-1,5 euros por watt, com um custo de produção de 1 euro por watt. De 2010 até agora, houve uma mudança de paradigma causada pela mão de obra barata nos países asiáticos, sendo a China o principal fabricante de painéis solares. De 2010 a 2015, todas as fábricas de painéis na Europa e nos Estados Unidos desapareceram, pois não conseguiam competir em preço com os painéis asiáticos. Embora a União Europeia tenha imposto um imposto antidumping à China durante vários anos para evitar o encerramento de fábricas europeias, estas já se encontravam numa situação crítica, pelo que o antidumping só serviu para abrandar a introdução da energia fotovoltaica na Europa, e para outros países como Índia e Vietname aumentem a sua presença no mercado da energia solar.
Os fatores que contribuíram para esta diminuição do preço dos painéis solares são:
● Avanços tecnológicos: Melhoria do maquinaria para a criação de células solares cada vez mais puras e de maior desempenho e do maquinaria para a posterior montagem de painéis fotovoltaicos. E a sua redução de custos, já que um grande número destas máquinas é necessário para satisfazer as necessidades de todos os fabricantes.
● Maiores escalas de produção: As economias de escala produzidas pela crescente procura de grandes quantidades de painéis solares resultaram numa redução significativa por painel em relação aos custos fixos associados ao seu fabrico.
● Políticas e incentivos governamentais: Nos últimos anos, tem havido um aumento crescente no preço dos combustíveis, o que nos fez reconsiderar os investimentos e a ajuda a outras fontes de energia mais limpas e rentáveis para indivíduos e empresas. Por esta razão, através dos fundos da União Europeia, foram apresentadas múltiplas ajudas em todos os países europeus para promover a instalação de painéis solares. Ajudar também desta forma a reduzir a pegada de carbono e a combater as alterações climáticas.
Aumento da procura: Todos os fatores acima mencionados influenciaram positivamente as pessoas e empresas a apostarem na energia solar para reduzir, através do autoconsumo solar, as elevadas faturas de eletricidade das suas casas e empresas. Produzindo assim um grande aumento na demanda por painéis solares em todo o mundo.
No entanto, os preços exatos podem variar dependendo de vários fatores, como localização, tipo de painel solar, tamanho da instalação e empresa de instalação. Atualmente, o boom da energia solar também provocou o surgimento de novas empresas, algumas delas sem o conhecimento ou a experiência necessária para realizar uma instalação com as máximas garantias.
Uma instalação solar é muito rentável e se paga em poucos anos, mas requer um investimento inicial significativo. Por este motivo, é necessário contratar uma empresa que tenha experiência comprovada no setor e que possua todos os departamentos necessários para dimensionar e realizar a instalação de forma profissional e correta. Quer se trate de uma instalação solar de autoconsumo para reduzir o custo da fatura de eletricidade, ou de uma instalação isolada para gerar a sua própria eletricidade em locais onde não existem outras fontes de energia mais baratas.
Na Damia Solar dimensionamos e fazemos kits e instalações solares com muita experiência, para que seu funcionamento seja o esperado pelo cliente e seja pago com rapidez e sem contratempos.
O preço dos painéis solares nos próximos anos
O custo do transporte marítimo da Ásia para a Europa é cada vez mais caro, uma vez que os grandes navios de carga têm um preço de transporte cada vez mais elevado. A isto devemos acrescentar o monopólio que foi criado em apenas 2 companhias marítimas que concentram mais de 95% do transporte marítimo comercial.
Por esta razão, a União Europeia estuda planos para criar uma mega fábrica de painéis solares na Europa para evitar estes custos de transporte. Bem como evitar possíveis problemas e interrupções na cadeia de abastecimento, como os ocorridos devido à pandemia da COVID-19. Ou pelo receio de que conflitos comerciais como os que ocorreram com o gás na Europa reapareçam devido à guerra na Ucrânia.
Seja qual for a situação, o fator importante a ter em conta é que cada vez mais pessoas apostam na energia solar como principal fonte de energia a curto prazo. E cada vez mais painéis solares estão sendo fabricados com maior potência, mas em tamanho menor.
Ou seja, painéis mais rentáveis e eficientes na relação potência-metro quadrado. Portanto, é importante destacar que uma redução ainda maior no preço por watt pode ser mínima atualmente, mas a economia virá da necessidade de um número menor de painéis solares. Por se tratarem de painéis de alta potência (W), serão necessárias menos unidades e consequentemente a estrutura será menor e as conexões e fiação também. Desta forma abrangendo uma população maior, já que a limitação de espaço necessário será bastante reduzida.